quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

TESTEMUNHO - Pr. Carlos Alberto Alves

TESTEMUNHO - Pr. Carlos Alves

EU FUI UMA CENTÉSIMA OVELHA

Nasci no dia 3 de março, em Ramos, na cidade do Rio de Janeiro, filho de Jorge e Alayde, numa família de sete filhos, sendo o primogênito. Em 1954, viemos morar em Nilópolis, onde cresci e me formei. Estudei nos melhores colégios da cidade.
Uma família de classe media, “católicos”. Aos dezoito anos conheci o espiritismo e me empolguei, comecei a comprar livros, estudar, e a cada dia me interessava mais. Neste tempo aos dezenove anos, conheci uma linda menina, de nome Lúcia (minha esposa) e foi e ainda é amor a primeira olhada, mas Lúcia não gostava da minha religião. Nós casamos no dia 23 de novembro de 1974 e, de tanto convidá-la e insistir para ir comigo às sessões e aos cultos de umbanda, acabei convencendo-a. Com o passar dos tempos ela já incorporava as falanges de povo de rua, caboclos, Erê e começou a dar consultas. Eu nunca incorporei nada e passei a não concordar com muitas coisas e resolvi convencê-la a largar o espiritismo, foi ai que começou a pior fase da minha vida. Fui dono e sócio de algumas firmas, tais como: Gráfica e Editora, Ponto de Cartões e Convites em Geral (no melhor ponto comercial de Nilópolis), Luminária e decorações em Geral, Distribuidora de Miudezas Estelar (cobríamos toda a baixada e região dos lagos), Bar Restaurante e Mercearia, fabricação de sandálias, Confecções de roupas de verão (fornecendo para pequenos e médios distribuidores). Porém, comecei a perder minhas empresas, sociedades e fui a falência. As brigas dentro de casa eram constante, tudo era motivo para brigas e ofensas, nos separamos algumas vezes. Minha vida era um inferno, aonde eu chegava as pessoas saiam, pois a qualquer momento eu ia acabar com a festa. Minha mulher me deu um cartão vermelho, não agüentou mais as brigas e as vergonhas que eu a fiz passar esgotou todo seu amor, acabou o respeito e eu fui embora; o que era ruim ficou muito pior. Perdi o amor pela vida, acabou a esperança, os sonhos. Um homem que sempre teve de tudo, do bom e do melhor, não tinha mais nada. Passei a não mais tomar banho, fedia a suor, cachaça, cigarro. A solução era o suicídio. Acabaria meu sofrimento e não envergonharia nem decepcionaria mais ninguém. Houve dias que anoitecia e eu ficava olhando as pessoas irem para suas casas, e eu não tinha mais lar e nem família. Foram oito anos, os piores anos da minha vida. O demônio me tirou tudo, dinheiro, casa, família e o respeito. Essa é a função do diabo, roubar matar e destruir (João 10:10).
Minhas irmãs começaram a me levar na casa de uma irmã chamada Marta, onde se realizavam cultos domésticos. Durante estes cultos, enquanto eu estava lá dentro era tudo muito bom, experimentava uma paz, uma sensação boa, uma presença que eu não sabia explicar. Eu não queria que aquelas reuniões acabassem nunca, porque quando eu saía dali eu voltava para o inferno que era a minha vida.
Na minha casa, quando ia levar algum dinheiro ou algumas compras eram raríssimas as vezes em que era convidado a entrar, era muito triste, ser rejeitado pelas pessoas que eu mais amava. Tinha festa no inferno todo dia, quanto mais eu sofria maior era a festa, tenho certeza. Em um dia abençoado de culto na casa da dona Marta, tinha lá um pregador chamado Ademar, ele era seminarista, e falou bonito e com uma autoridade que eu nunca tinha escutado. No final da reunião ele perguntou quem queria mudar sua vida, ter paz, se reconciliar com sua família. Parecia que aquele moço sabia tudo da minha vida. Quando eu vi, estava lá na frente com as mãos para o alto. Fiquei com vergonha, pois todas aquelas pessoas que estavam ali me conheceram bem de vida, e agora, estava ali um derrotado, todo sujo, mal cheiroso, chorando e sem conseguir voltar para o lugar onde eu estava.
Queridos, no momento em que escrevia este testemunho, tive que parar por alguns momentos, pois não conseguia controlar minhas lágrimas. “Relembrar o passado é sofrer duas vezes.”
Ainda não foi desta vez que conheci o Senhor de verdade. Voltei outras vezes na casa da dona Marta e a historia sempre repetia: sentia paz quando estava lá dentro e, quando saía, o mesmo inferno.
Um dia acordei decidido a mudar aquela situação (seria o último dia da minha vida, decidi me matar), tomei dois conhaques e fui andar no centro de Nilópolis, porque eu já sabia tudo o que tinha que fazer. Aquele seria o último dia daquela vida desgraçada. Andei sem rumo, sem destino certo, sem um lugar para ficar, estava desorientado, confuso, sozinho e vazio. Já eram quase sete horas da noite, quando me vi na porta da Igreja Evangélica Nova Vida em Nilópolis. Naquela época, ainda situava-se na Avenida Mena Barreto. Era pequena, a Igreja. Entrei, sentei no segundo banco, lá na frente, e dormi. Acordei com um grupo de rapazes e moças cantando umas canções bonitas e depois entrou o Pastor, um negão alto, bonito, bem vestido, pastor Carlos Alberto. Entrou cantando e começou a pregar, pregou toda a minha vida, e eu pensei: “Será que minhas irmãs contaram a ele a minha vida?” No final da pregação, ele falou assim: “Você, que está aí sentado e gostaria que esse culto nunca acabasse, vai sair daqui e vai para o inferno que é a sua casa. Mas não faça isso, não saia daqui sem falar com Deus, e ouvir o que ele quer de você”. Eu estava pensando em acabar com a minha vida naquela noite, pedi uma bíblia emprestada e falei para Deus: “o que estiver escrito aqui na Bíblia eu vou fazer”. Abri a Bíblia, graças a Deus, Livro de Isaias 43:1-5, eu cai de joelhos naquele lugar e cri nesta promessa.
Começou o processo de uma nova vida, comecei a ir para igreja, ainda meio perdidão, comecei a incomodar o inferno, porque até então só ele me incomodava. Muita gente se levantou contra mim, mais eu tinha um Parceiro forte. As lutas vieram, o diabo se levantou muitas vezes, mas eu mandava fogo nele, eu orava o tempo todo...
Voltei a freqüentar minha casa, mas as portas ainda estavam fechadas, creio que eles pensavam: “esse negocio de Igreja é mais uma mentira”. Sabe aquela fase: “Você já mentiu tanto, que a tua verdade é mentira”?
Bom... O primeiro passo estava sendo dado, comecei a plantar as sementes que Jesus tinha me oferecido. Surgiu uma oportunidade e iniciei uma faculdade Teológica. Foi muito difícil, 20 anos sem estudar, separado da família, muitas vezes sem um centavo no bolso, morando na casa dos meus pais, muitas vezes vinha o desanimo, mas Deus colocou-me em uma turma fantástica na faculdade. Fiz amizade com Denise, que era seminarista, e conheci seu esposo Dionísio, este casal me adotou. Eles estavam sempre comigo. Ajudando-me, aconselhando-me, dando-me todo carinho. Era tudo que naquele momento estava precisando. Em meio a tantas lutas, ventos, adversidades, uma longa passagem pelo deserto, se passaram quatro longos anos. E em um grande culto de ações de graças, numa bonita festa de formatura, recebi o diploma de Bacharel em Teologia. Minha família estava presente no culto. Na semana seguinte fui ordenado Pastor Metodista, e a fila estava andando meu irmão! Dona Lúcia me chamou de volta para casa, Deus estava me honrando e restituindo tudo que o diabo tinha roubado. Passaram-se alguns anos, ainda com muitas lutas, mas, Jesus sempre no barco. Minha mulher aceitou a Jesus, hoje é a pastora Lúcia Maria dos Santos Alves (uma benção nas mãos de Deus), meu filho é um jovem de Deus, levita da casa de Deus, toca contra baixo na Banda Gálatas do Apocalipse e compõe lindas canções para o Senhor Jesus. O seminarista Ademar, hoje é reverendo Ademar Gomes Filho, pastor da 3ª Igreja Presbiteriana em Nilópolis, Denise e Dionísio são pastores do Ministério Apascentar de Nova Iguaçu. Carlos cachaça era como me chamavam, porém Deus trocou o meu nome e a minha historia. Hoje sou pastor Carlos Alberto Alves, fundador e Presidente do MEBUSCO - Ministério em Busca da Centésima Ovelha -, ministro da palavra de Deus e à serviço de Deus, onde quer que Ele me envie. Atuo a nove anos na Defesa Civil de Nilópolis como diretor administrativo, sou proprietário do Colégio Nova Geração.
Deus é fiel!
Mudou minha Historia e vai mudar a tua também.
Eu fui uma centésima ovelha!
Deus te abençoe rica e abundantemente!
Pastor Carlos Alberto Alves

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